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OPINIÃO: Ideologia e desenvolvimento

A Tennessee Valley Authority (TVA) foi criada em 1933 pelo presidente Roosevelt para impulsionar a economia americana após a grande depressão do início dos anos 1930. Por aconselhamento do grande economista britânico John Maynard Keynes, o Estado Americano iniciou uma série de grandes obras destinadas a promover empregos e alavancar a economia. Ao longo do Rio Tennessee, foram construídas várias represas com a finalidade de controlar as enchentes, promover a navegação, produzir energia elétrica e desenvolver o padrão de vida dos fazendeiros da região. O empreendimento governamental, ao longo dos anos, favoreceu grande concentração de indústrias devido à abundância de energia elétrica existente. Atualmente, a TVA continua a ser uma empresa estatal e, por uma questão estratégica, todo o sistema de produção de energia hidroelétrica está nas mãos do Estado Americano.

Em 1975, durante o Governo Geisel, foi construída a Usina de Itaipu (a maior do mundo), empreendimento binacional (Brasil e Paraguai), totalmente financiada pelo Estado Brasileiro e que permitiu suprir a grande demanda de energia elétrica que as indústrias estavam necessitando.

No governo de Leonel Brizola, o Estado do Rio Grande do Sul estava estrangulado pela falta de energia elétrica que era produzida pela Eletric, Bond & Share Co., empresa com sede nos Estados Unidos, de capitais americanos, que foi acionada a aumentar sua produção e deu como resposta que não estava disposta a inverter mais capital. O governador, então, promoveu a desapropriação  da  companhia  e  criou  a  CEEE,  destravando  com  isso o desenvolvimento do RS. Várias  usinas  hidroelétricas  foram  construídas ao longo do Rio Jacuí. Algumas pequenas usinas hidroelétricas foram construídas com capitais privados ou por cooperativas de eletrificação. Atualmente, por iniciativa de Luciano Hang, estão sendo construídas várias represas ao longo do Rio Toropi. A iniciativa privada tem capacidade para investir em projetos de pequeno porte, como hidroelétricas, energia alternativa como a eólica e a fotovoltaica, ainda pouco usadas no nosso meio. Ao Estado cabe a iniciativa da construção das grandes usinas, como a de Belo Monte, onde os capitais privados não se atrevem. Tão pouco nas usinas atômicas os capitais privados falecem. A Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto, constituída pelo conjunto de Angra 1, Angra 2 e outras que virão, só puderam ser implementadas por acordo internacional entre o Brasil e Alemanha durante o Governo Médici (1969-1974) e, agora, também por acordo Brasil-França. Nesse setor estratégico, essencial para o desenvolvimento nacional, não poderemos estar sujeitos aos interesses dos capitais privados.

O petróleo como fonte de produção de energia e matéria prima para indústrias não pode ficar submisso à interesses que não sejam os nacionais. As grandes corporações, desvinculadas dos Estados, são capazes de intervir política e economicamente nos países sob seu jugo, levando a desestabilizações e atrasando o desenvolvimento. Aí os interesses financeiros são maiores do que os interesses nacionais.

Todas essas considerações foram feitas em razão do perigo que as ideologias ora em questão - estado mínimo ou estado interventor - venham a comandar decisões intempestivas sem uma avaliação profunda de todos os seus efeitos sobre os interesses brasileiros. O Brasil Acima de Tudo deve ponderar as tomadas de decisões. Os governos militares foram responsáveis pelo maior incremento de empresas estatais na história do Brasil. Muitas já foram privatizadas e ainda outras deverão ser, mas que tudo seja feito após estudos e ponderações que visem o interesse nacional.

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